Educação financeira nas escolas: um passo essencial para prevenir o endividamento das próximas gerações 

Imagine um jovem que recebe seu primeiro salário e, diante da empolgação, gasta tudo em poucos dias. Ou uma família que, sem planejamento, recorre ao crédito rotativo para pagar contas básicas. Esses exemplos são comuns no Brasil, um país em que o endividamento das famílias alcançou índices preocupantes. Segundo dados de uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 78,8% das famílias brasileiras possuem alguma dívida, e muitas terão dificuldade de se livrar dela no curto prazo. Em 2018, o percentual de famílias endividadas era de 60,3%. Ou seja, em sete anos houve um aumento de quase 20 pontos percentuais. 

Um novo desafio é o aumento das dívidas entre jovens, impulsionado, em parte, pelos jogos e apostas online. A popularização dessas plataformas, muitas vezes com publicidade direcionada ao público jovem, tem despertado preocupação entre educadores e parlamentares. Sem noção clara sobre risco, juros ou probabilidade de perda, os jovens acabam se endividando em busca de recompensas instantâneas, o oposto do que prega a boa gestão financeira. 

Diante desse cenário, a educação financeira deixa de ser apenas um diferencial e passa a ser uma necessidade urgente na vida escolar. Ensinar crianças e adolescentes a lidar com dinheiro desde cedo é investir em uma sociedade mais consciente, capaz de planejar o futuro e evitar armadilhas financeiras. 

Por isso, a escola tem papel fundamental na formação de hábitos responsáveis. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) já prevê o tema “Educação Financeira” de forma transversal, integrando-o a disciplinas como Matemática e, também, nas Ciências Humanas. Em muitas redes de ensino, essa orientação tem saído do papel: projetos incentivam alunos a montar orçamentos familiares simulados, entender o funcionamento dos impostos e até investir em pequenos negócios fictícios. 

Iniciativas desenvolvidas em escolas públicas e privadas, mostram que o aprendizado sobre finanças pode ser simples e transformador. Com atividades práticas e linguagem acessível, estudantes compreendem conceitos como juros compostos, consumo consciente e importância de poupar, temas que, se ensinados na juventude, revertem em benefícios ao longo de toda a vida adulta. 

A educação financeira vai muito além da matemática. Trata-se de uma ferramenta de cidadania, que ajuda o indivíduo a fazer escolhas conscientes, evitar o superendividamento e garantir estabilidade para o futuro. Em uma sociedade em que o crédito é amplamente acessível, saber usá-lo de forma responsável é tão importante quanto aprender a ler e escrever. 

Nesse sentido, a prevenção de dívidas começa na escola, incentivando a construção de uma cultura de planejamento financeiro contínua, envolvendo famílias, empresas e o poder público. O objetivo é formar cidadãos que compreendam o valor do dinheiro e saibam utilizá-lo como meio para alcançar seus projetos de vida, e não como fonte de preocupação. A expectativa é de que, a longo prazo, ocorra uma redução do endividamento das famílias brasileiras e uma maior conscientização no consumo. 

Ensinar a cuidar do dinheiro é ensinar a cuidar do amanhã. E quanto mais cedo esse aprendizado começar, menores serão as chances de que as próximas gerações repitam os erros financeiros do presente. Afinal, um país que educa financeiramente suas crianças constrói não apenas cidadãos conscientes, mas também um futuro mais próspero, sustentável e justo para todos. 

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11 de novembro de 2025

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