Quando o aperto financeiro bate, a mente também sente 

Vivemos em tempos em que o bolso e a cabeça parecem estar mais conectados do que imaginamos. Uma recente pesquisa da Serasa Experian, realizada em parceria com o instituto Opinion Box entre 8 e 19 de agosto de 2025, com 1.240 brasileiros entrevistados, traz números que levam à reflexão: 84% dos entrevistados declaram que problemas financeiros já afetaram sua saúde mental. 

O dado não é apenas expressivo, ele soa como um alerta para quem lida com as finanças do dia a dia. Afinal, quando a saúde financeira falha, os impactos emocionais e comportamentais aparecem. A pesquisa indica, por exemplo, que 70% perderam o sono por preocupações com dívidas; 65% admitem esconder suas dificuldades financeiras; e 49% deixaram de buscar ajuda psicológica por não terem condições de pagar uma consulta ou terapia. 

Quando a pessoa sente que não consegue dar conta das contas, essa sensação gera estresse, ansiedade, irritabilidade e perda de foco. A Serasa aponta que 48% dos entrevistados disseram ter sido impactados no humor e na estabilidade emocional; 44% na autoestima; 32% na energia e disposição; e 30% na concentração. Outros estudos reforçam: no Brasil, o bem-estar financeiro está diretamente ligado à saúde psicológica. 

Do lado da previdência, esse vínculo ganha ainda mais relevância. Participantes de planos de previdência não apenas fazem aportes financeiros, mas, de certa forma, investem na tranquilidade do futuro. Quando o presente exige atenção imediata (na forma de dívidas, falta de reserva de emergência ou gastos inesperados) o plano de longo prazo pode acabar ficando em segundo plano. E isso, por sua vez, afeta o equilíbrio emocional e até o comprometimento com o próprio planejamento de vida. 

Cuidar das finanças é também cuidar de si 
O primeiro passo para reduzir o peso emocional das finanças é reconhecer a situação sem culpa. É natural que imprevistos aconteçam, mas enfrentá-los com informação e planejamento faz toda a diferença. Procure mapear seus gastos, estabelecer prioridades e identificar onde é possível cortar excessos. Pequenas mudanças de hábito, como controlar impulsos de consumo e revisar assinaturas ou serviços, já ajudam a retomar o controle. 

Outra atitude importante é criar uma reserva de emergência. Ela funciona como uma rede de segurança emocional: saber que existe um recurso para imprevistos traz alívio e confiança. Mesmo que o valor inicial seja pequeno, a constância é o que realmente constrói tranquilidade. 

E se o desânimo aparecer, lembre-se: pedir ajuda não é sinal de fraqueza. Buscar apoio psicológico ou orientação financeira pode oferecer novas perspectivas e estratégias para sair do aperto. 

A previdência como parte do equilíbrio 
O planejamento previdenciário também pode ser um aliado na redução da ansiedade financeira. Ao contribuir para o seu plano, você está, na prática, garantindo estabilidade para o futuro e reduzindo o medo da incerteza. Esse sentimento de preparo e segurança é, em si, uma forma de cuidado emocional. 

Além disso, ao acompanhar periodicamente o saldo do seu plano e compreender como ele evolui, você fortalece a sensação de controle, fator fundamental para o bem-estar mental. O conhecimento e a clareza sobre o próprio futuro financeiro trazem serenidade e motivação para seguir contribuindo. 

Os números da Serasa e da Opinion Box nos lembram que finanças e emoções caminham lado a lado. Não se trata apenas de quanto se ganha ou quanto se investe, mas de como se lida com o dinheiro e o impacto disso na vida cotidiana. 

Equilibrar as finanças é, também, equilibrar a mente. Por isso, cuidar da sua saúde financeira é um ato de autocuidado. Planejar, poupar e investir, inclusive na previdência, significa muito mais do que pensar no amanhã: é garantir que o seu hoje seja vivido com mais leveza, segurança e paz de espírito.